sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FAZER OU SABER COMO FAZER ?




Aconteceu numa primavera na Baía de Chesapeake, no litoral sul dos EUA, em 1897.
O Eric, entendiado com sua faina diária de captura de ostras e caranguejos naquele trecho da baia, havia acabado de fazer sua refeição, um guisado de ostras e bolinhos de carne desfiada de caranguejos (*)
Seu barco "aleijado" como chamava seu SkipJack, ( designação desses barcos em homenagem ao peixe de maior ocorrência  na baía de Chesapeake)  balançando suavemente na baía em maré muito baixa naquele momento.

Cumpre-se dizer que seu barco fôra por ele encomendado no estaleiro de um mórmon, situado no rio Choptank, um dos afluentes da baía.

Ao ver o barco pronto, se recusou a aceitá-lo, pois o marceneiro naval, instalou , não só uma, mas duas quilhas ao lado da longarina mestra do veleiro, e não entre ela, como se costumava fazer em outros estaleiros, e pior , pequenas e uma à um terço da proa e outra ao quarto da pôpa!

Quebrou o maior pau entre cliente e o fabricante de barcos.

-Tu é louco , crente e filho de uma égua...arruinou o casco do meu barco!

-Posso ser louco mas não sou burro, seu filho de uma búfala!

-Quero meu dinheiro de volta!

-Impossível, já o enviei prá minha Igreja...

-Desgraçado, esse barco vai navegar torto, com essas duas  quilhas pequenas e mal posicionadas no casco!.

-Vai nada, seu marinheiro incompetente, além disso a longarina mestra é a segurança do barco nas águas da baía e do oceano, jamais um construtor naval sério, iria furar, rachar e enfraquecer a longarina prá embutir uma  ou duas  porcarias de quilhas no meio dela...

Barraco daqui, barraco dali, e entraram num acordo.

Até porquê, o Eric viu extasiado o belo mastro de carvalho, uma obra prima, montado no terço da proa, pura maestria de obra de arte.

Fixado no fundo do barco, na cabeça da   raíz principal  da mesma árvore, o carvalho que originou o mastro.

A base dele, quadrada, firmemente embutida na raiz fixada por travessas confiáveis entre as cavernas.

A transição de quadrado para sextavado, quase imperceptível, e na altura da passagem por uma  gaiúta, abertura de passagem dele no convés ,já octavado , e dali em diante cilíndrico e perfeito até seu topo aos 36 pés de altura.

O filho da mãe do mórmon havia deixado o mastro na altura de sua passagem no convés com uma folga na gaiúta, para evitar tensões de ventos fortes e que poderiam quebrá-lo.

Mesmo de cara amarrada, Eric não deixou de sorrir satisfeito ao ver a solução, mas claro , que muito discretamente pro crente não perceber , sua..."fraqueza".

Os estais e brandais de fixação do mastro ao longo do eixo proa-popa e no sentido tranversal de boreste à bambordo, tramados em feixes de sizal, super resistentes, pelo filho do mórmon.

A vela...deixou o Eric deslumbrado...

Feita de algodão pela esposa do religioso crente, e de uma espessura que o deixou abismado.

-Uau...ela resistirá a ventos de mais de 100 knots! Eric pensou no maior entusiasmo, aceitando imediatamente o barco, apesar de "aleijado" na posição das quilhas
.
Turrão como era, o Eric não dava o braço a torcer, apesar de maravilhado com a suavidade de navegação do Skipjack..."aleijado".

Só em seus momentos de conversas íntimas com sua alma, ele sorria no beliche do confortável alojamento da cabine,  e só entre ele e ela, ousava falar em silêncio, até prá nenhum dos seus amigos pescadores pensarem mal dele, afinal tinha a fama de pescador machão prá preservar.

-Filho da mãe, Mórmon desgraçado, me construíu o melhor barco do mundo!!!!

Nessa altura o Eric já havia percebido de onde o mórmon tirou a inspiração para construir o barco.

Do peixe...skipjack!

A curvatura do casco, e o formato das quilhas...

Copiou tudo do peixe, inclusive as formas das nadadeiras inferiores e as posições delas na barriga do peixe veloz!

E para não comprometer a "alma" do casco, sua longarina, havia disposto as quilhas,  uma de cada lado dela, e com isso . tornando o barco  de navegação fácil, obediente aos comandos ,   a leveza e suavidade da cana do leme.

Após ter feito sua farta e deliciosa refeição , ( receitas do guisado e do bolinho , em outra página do Blog )
Eric bateu um olhar para uma das margens da baía e viu um veleiro de turismo encalhado, ostentando a famosa bandeira de listras vermelhas e brancas horizontais  e as estrelinhas num retângulo superior esquerdo , hasteada num pequeno  mastro de pôpa.

Estava tripulado por senadores de Washington, em viagem de lazer com suas , belas secretárias.

Haviam descido o Rio Potomac, da Capital até aquele ponto da baía, prá brincarem de sacanagens com  as moças, suas secretárias, ou quiçá, suas "estagiárias".

E todos, pelo que viu o Eric no maior pavor, entregues às gulodisses dos enormes pernilongos que os atormentavam, na margem quase sêca da baía.

Pediram, desesperados prá que o pescador de ostras e caranguejos da baía, fôsse procurar socorro para desencalhá-los.

O Eric nem deu bola prás súplicas dele, e calmamente avaliou a situação.

A quilha do iate veleiro de luxo dos políticos, lastreada com duas toneladas de chumbo, enterrada até o gargalo na lama. ( só pôde avaliar o pêso dela , mais tarde )

O mais graduado do Capitólio a bordo, perdeu a paciência com o Eric.

-Vai buscar socorro prá nós seu plebeu, proletário, pescador de merda...

Eric, fingindo não ter escutado a ofensa, desenrolou 50 jardas de cabo de sizal tecido pelo filho do mórmon, e atirou uma das pontas pro skipper do barco de turismo, um almofadinha, todo vestido de branco e com chapéu de capitão na cabeça, que segundo Eric, bem ôca, prá ser surpreendido pela maré baixa.

Mandou o skipper escalar o mastro do barco  e amarrar o cabo bem na ponta dele.

Amarrou a outra ponta numa das tamancas da pôpa do seu SkipJack...

Içou a belíssima vela feita pela esposa do  crente construtor do melhor barco que ele já havia navegado, no maior rizo possível, expondo ela inteira ao primeiro sopro de brisa forte que viria do norte e que ele já a via se aproximando entre nuvens densas , cinzentas, e  escuras.

Como bom e sério marinheiro, preveniu os tripulantes prá se agarrarem bem firmes no veleiro encalhado.

Não demorou nem 3 minutos prá "brisa" , brisa uma ova, um ventão daqueles insuflar a vela do Skipjack.

Competentemente, Eric conduziu seu barquinho em direção contrária ao eixo transversal da borda do iate à ele exposta..

Fez de conta não ter escutado a gritaria histérica dos políticos corruptos e suas "comidinhas".

O mastro do iate se dobrando em direção à pôpa do SkipJack, lentamente.

A cada grau  de inclinação conseguido os guinchos de gritarias  histéricas no iate...aumentavam!

Menos de 1 minuto depois o mastro do iate, estava deitado nas águas da baía de Chesapeake.

A porra da quilha de 2 ton. e mal  projetada para a pequena  dimensão do iate, já exposta, derramando lama  cinzenta  sobre as plácidas águas...

A gritaria e histeria no iate, à mil...mas todos bem agarradinhos onde puderam.

Uma vez liberado da lama, o iate simplesmente não ofereceu nenhuma resistência à velocidade do SkipJack, que o arrastou por uns bons 300 pés, até onde já havia profundidade para flutuar de maneira mais digna.

A porcaria da quilha mal projetada, pelo menos serviu prá ser o João Bôbo do iate e botá-lo de pé.

Eric mandou o skipper do iate desamarrar o cabo do mastro do barco dele e o recolheu calmamente.

Olhou prás pessoas no Iate...

Pálidas ainda, mas comemorando o desencalhe com euforia, já fora do alcance  dos pernilongos das margens.

No que Eric, aproximou seu casco ao deles, recebeu ofertas generosas de champagnes geladíssimas e francesas...

-Só bebo bourbon da marca do perú selvagem ( Wild Turkey )! falou pros políticos corruptos e frescos de Washington.

O skipper (capitão) do Iate dos políticos perguntou pro Eric quanto ele iria querer cobrar prá tê-los desencalhados.

Sem pestanejar, Eric falou o prêço.

-MIL DÓLARES!

O político mais graduado do Capitólio, ficou vermelho e espumou de ódio na hora.

-Pescador Filho da Puta, você não gastou mais de cinco minutos prá nos desencalhar...

-Perdão senhor , não estou cobrando mil dólares pelos meus cinco minutos de trabalho  prá desencalhar seu Iate...

-Ahhh...bom ...e quanto então?

-Apenas um dólar...por fazer o serviço, senhor... e,

 NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE DÓLARES POR "SABER"  COMO FAZER!

(*) receitas  do guisado de ostras , bolinhos de caranguejos, e coquetel de caranguejo,  seguirão no Blog, ainda em construção

Se gostou do texto, veja também:

http://www.ducae85.blogspot.com/

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CAÇADA NO PARAGUAY - Cap. II











            Após a primeira aventura do Eric e Princesinha, naqueles banhados repletos de cobras, mas também de muitas codornas e perdizes, o negócio foi planejar de maneira mais moderna e organizada a  Segunda Caçada...
E para isso, Eric criou coragem e teve uma conversinha ao pé do ouvido com seu pai, para que as coisas se esclarecem e de maneira mais , digamos assim, segura e mais “moderna”.
Tudo bem que Dom Emilio “El Matador” tivesse suas traquitanas de recarregar cartuchos usados para as próximas caçadas.
Uma maquineta de extrair as espoletas detonadas dos cartuchos, outra para recolocar novas, uma balancinha de ourives para pesar a pólvora preta que ele comprava em latas, oríundas da Europa, e também pesar a quantidade de chumbinhos, tipo 6 e 8, para esse tipo de caçada à perdizes.
Ele tinha também um fazador para cortar buchas de papelão do diâmetro certo dos cartuchos calibre 12...da sua arma.
E uma outra para “finalizar” o cartucho fazendo uma dobra perfeita na ponta dele, após ser carregado com pólvora, buchas, chumbos e mais buchas!
Mas por mais que o “velho” caçador insistisse nessa antiga técnica, Eric, tentou mostrar à seu pai que a tecnologia de munições havia evoluído e muito, pós segunda guerra mundial, e lá na cidadezinha do Paraguay, chamada Puerto Presidente Stroesnner, do outro lado da Ponte da Amizade em Foz do Iguaçú,  haviam botecos de madeira, repletos de munições da marca Remington, por um décimo do prêço dos cartuchos da CBC brasileira, e pela metade do prêço de seu trabalho de recarga de cartuchos usados e velhos, sujeitos à darem Shabús, na hora mas  importante.
Foi a primeira vitória do Eric, no planejamento da sua Segunda Grande Caçada de Perdizes “ en el chaco “ paraguayo/boliviano.
Não sem antes, seu pai os três companheiros de caça, terem levantado a hipótese de chegarem,  lá na fronteira e não haver cartuchos nos estoques dos botequins.
Fácil de resolver o impasse...
Foram à Loja Az de Espadas de Curitiba e compraram, caixas e mais caixas de cartuchos novinhos da CBC...para municiar as espingardas calibre 12 deles.
Entre outras traquitanas de caçadas, que Eric, achou que não se prestariam à nada.
Bem que Eric sentiu uma pontinha de ciúmes deles, pois sua espíngarda continuava a mesma, uma calibre 16 espanhola,  que entendam é de cano mais fino que a doze, e menor capacidade para alojar cartuchos de potências maiores.
Contou com a sorte, de encontrar lá nos botequins do Paraguay, cartuchos Remimgton, como da vez anterior...
Quanto aos cães Pointer, os mesmos deles e a minha mesma Princesinha...da primeira caçada, mas agora já mais madura e experiente nos campos de caça.
Numa de nossas reuniões de planejamento, levantou-se a hipótese da minha Princesinha entrar no Cio, durante a caçada, o que seria um desastre, pois os canalhas dos cães machos deles, nem iriam quererem saber de correr pelos campos atrás de  perdizes, e só quererem , os tarados, ficarem “pegando” de jeito a Princesinha...putz
Menti, menti e menti, que Princesinha já acabara de sair do Cio...até prá tranquilizá-los.
Mas fiquei bem receado com essa hipótese de vir a acontecer, justo durante o início da caçada.
Mas antecipando à vocês, dei a maior sorte, e minha cadelinha também, pois só entrou no cio após a volta da Grande Segunda Caçada...eh eh eh
Haviam outras coisas relevantes à se discutirem, e uma delas, era a de que a Kombi verde do ano passado foi detonada, naquelas trilhas do Paraguay...
Até aí , tudo bem, compramos uma zerinho 1968, e também verdinha, é claro, e a equipamos com um Kit alemão de motor 2000, que os competidores europeus usavam em corridas  de fuscas, até para melhorar o desempenho da Kombi nas estradas e nas picadas lamascentas e recobertas de gêlo , resultantes das inevitáveis geadas de inverno.
À pedido do Eric, a Servopa, revendedora Volkswagem de Curitiba, encomendou uma Kombi com três freios de mão...
Explico...o central, trava duas rodas motrizes trazeiras simultanêamente, mas os outros ao lado dele, cada um se encarregava de uma só roda...e voilá, com isso descobriram, os caçadores de campo, uma nova modalidade, manual é claro, de contrôle de tração em trilhas cheias de barro...
Se uma roda disparasse no barro, bastava travá-la com o sistema manual e toda a tração do motor e transmissão seria deslocada à outra em condições melhores...
Coisas de caçadores antigos gente,  pois hoje isso é feito eletrônicamente com alta tecnologia de informática embutida nos nossos atuais automóvéis...
Equipamos a Kombi com dois jogos de pneus, um liso e cinturado da Pirelli para o asfalto e outro tipo lameirão para jeeps,  da Goodyear...
Bem, Kombi resolvida, agora faltava o planejamento de sustentabilidade dos caçadores e cães na aventura de mais de 20 dias, num inverno rigoroso e no meio do mato, campos e banhados, sem nenhum recursso à menos de 300 km do acampamento...
Aí falou a voz da experiência gente,pois  Eric não conhecia bem o caminho das pedras...
É que seu pai e o outro companheiro mais velho, tinham um acerto com o dono de um frigorífico de porcos, amigo deles e também caçador de perdizes!
Funcionava assim, eram daquelas latas de 20 Kg antigas com tampas redondas no topo.
Dentro delas, banha de porco da melhor qualidade, e entre a banha, linguiças, costeletas, carrés, e outras partes de suínos da melhor qualidade, e tudo lacrado com solda de estanho na tampa, para se manter estável por mais de três meses, resumindo, uma latona de conservas...putz...
Mas para que serviria isso, se iríamos caçarmos e carne fresca não iria faltar?
Nova explicação, gente, e mais uma vez a sabedoria dos caçadores antigos...
Claro que não havia sistema de refrigeração para conservação da caça, e o mesmo latão de banha que servia de provimento alimentar aos caçadores, retornavam também lacrados com solda de estanho...repletos de peitos de perdizes refogados.
Mas vale a penas falar, também  da excitação das esposas de caçadores, pré saída à temporada.
Sabedoras das “coisas”, elas já começavam a prepararem seus vidros de conservas, com aquela tampas, borrachas cor alaranjadas e aqueles arames de fixação das tampas.
O processo de conservas de peitos de perdizes, até que era bem simples...mas bem produzido.
Elas retiravam os peitos das perdizes, préviamente fritos de dentro dos latões de banha, retiravam os ossos e os temperavam com azeite de oliva, e azeitonas importadas de Portugal...caracas, até salivei agora, só de lembrar...
Cada uma delas, tinha seu segredinho de tempêros personalizados.
Os vidros contendo os peitos de perdizes desossados , eram fervidos em banho maria num caldeirão raso e fechados  com as tampas e isolamentos de borracha, antes de esfriarem, dessa forma, mantendo o nível de oxigênio bem baixo.
Tempo de validade da conserva :  uma temporada de caça!
Peito de Perdiz à escabeche, putz...hoje valeriam 500 reais à refeição, e por pessoa,  num restaurante de luxo atual, em qualquer lugar do mundo capitalista globalizado!
Mas para que isso funcionasse certinho, os “velhos PV”, levaram um caldeirão de ciganos ,de cobre, e um caldeirão para ferver água...para depenar às caças do dia.
Seguinte, após a caçada do dia, depenávamos as perdizes, extraíamos os peitos daquelas gordas frangonas, e os fritávamos  dentro do caldeirão com a banha das latas.
Aí era só devolver às latas os peitos suculentos dourados e completarmos ela com a banha quente, e claro, soldarmos as tampas com um ferro aquecido no brazeiro e estanho.
Pronto, lá estava a conserva, sem necessitar de nenhum ingrediente químico para conservá-la por um  ano.
Tudo de maneira natural.
 Após esse trabalho super aromático, começávamos  a preparar o cardápio dos cães Pointer, polenta de milho amarelo, tipo azteca, com recheio do resto das perdizes...e que não eram poucos, coxas, sobre coxas, e costados...
Os bichinhos até ganiam de ansiedade e prazer, esperando pela recompensa de suas árduas caçadas do dia.
No Capítulo III, descreverei o performance dos nossos maravilhosos e fantásticos cães Pointer , e companheiros de caça...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

VAMOS CAÇAR ESPORTIVAMENTE?




Houve um tempo no século XX em que a prática da caça esportiva de campo tinha como objetivo abater perdizes e codornas!
Atualmente, nossos "modernos" caçadores esportivos se dedicam à outro tipo de presas, tais como, mulheres, velhos e criancinhas indefesas!
E prá tanto se utilizam das mais modernas armas ( legais ou contrabandeadas) tipo fuzís, pistolas, metralhadoras e carros possantes!
Ao invés de um bom e aromático café quente nas manhãs geladas nos campos de caça esportiva de "antigamente" , em seus acampamentos, os "modernos" se preparam com um desjejum mais adequado aos tipos de caças esportivas deles, tais como:
Crack , cocaína e alcóol em abundância, nas madrugadas dos acolhedores asfaltos negros das grandes e pequenas cidades brasileiras, sabem né? Prá se encherem de "coragem"...
Com a palavra os ecologistas que em lobby no Congresso nacional, proibiram a caça esportiva de perdizes no Brasil...
Vale lembrar que quando ainda permitida, à caça esportiva de campo no nosso País, mantinha regras claras e fiscalizadas pelo antigo IBDF, como temporada correta e número de peças abatidas pelos caçadores esportivos, dentro dos padrões europeus, vigentes até hoje!
Pergunta aos "ecologistas" lobistas...quantas criancinhas podemos abatermos por caçada esportiva?
Ou...ainda , esposas, namoradas e velhos inocentes por atropelamento nas vias rápidas das nossas cidades?
Ou talvez ainda mais, quantas espécies podemos dizimar com Aldrin, um dos mais utilizados pesticidas em nossos campos de agricultura?
Codornas e perdizes nos campos brasileiros foram extintas pelo uso indiscriminado de pesticidas!

CULPA DESSES IMPIEDOSOS CAÇADORES ESPORTIVOS, QUE UMA VEZ POR ANO, NO INVERNO, ABATIAM CINCO OU SEIS PERDIZES POR CAÇADA!

A nós, caçadores esportivos brasileiros, restou irmos ao Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia, onde a caça à perdizes é controlada e fiscalizada...pelas autoridades e com muito rigor, porém, sem impedir sua prática.

Nos campos atuais de soja transgênica no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, as perdizes e codornas foram EXTINTAS por pesticidas.

Até as inocentes cobras que tinham ali seu habitat, foram extintas, ou se mudaram para as proximidades das cidades, onde encontram um ambiente mais salutar à sua sobrevivência.

Só não têm mais ninhos de perdizes para saquearem os ovos...e manterem uma população equilibrada entre as espécies.

Tiveram de alterarem seus cardápios para ratos...

Os ecologistas estão "eufóricos" !

E claro, desfilando seus cintos e sapatos de couro de jacarés, mas vejam bem, devidamente regulamentado pelo IBAMA!





  

CAÇADA DE PERDIZES EM HERNANDÁRIAS E ITAQUIRY NO PARAGUAI - JUNHO/1967

Duca, estava com 22 anos  e seu pai,   organizador de safaris de caça à perdizes nos campos do Paraguai.
E por lá , conhecido como Dom Emílio El Matador!
Caçador de codornas e perdizes apenas?
UMA OVA!!!
Só veio a descobrir o menú completo do cardápio do seu pai, lá no Paraguai e  com as fogosas muchachas paraguayas!
Nunca esquecerá o que ele lhe disse ao embarcarem na Kombi verde. do ano 1967, e novinha em em fôlha, em Curitiba, dando início à jornada de caça!
"Filho, a partir desse momento, não sou mais seu pai , nem você meu filho, seremos apenas companheiros de caçada  de agora em diante, pelo menos até retornarmos aos nossos lares!"
Ele , o Duca, que já havia navegado o Rio Iguaçú por 800 km, sempre em trechos de ida e volta de apenas 40 km, rio abaixo e acima, num total de 80 km, e também já havia conhecido as caças e os peixes do Pantanal do Paraná, onde o Rio Parapanema e o Rio Paraná,  se encontram, sorriu divertido pro seu pai.
E ainda  mais , por,  ter descido a Serra do Mar,  do topo mais alto da estrada da Graciosa, até os riachos de pedras, de águas claras, no mais baixo nível daquela  monumental cadeia de morros altos do seu Paraná, quiçá, do seu sul  Brasil!
Ter tido de fincar duas estacas na terra úmida em declives de um morro da serra do mar , para apoiar seus pés nas noites de sonos naquelas montanhas, dormindo sobre um colchonete fino.
E de ter escutado, arrepiado de mêdo, os urros daquela onça  safada e gulosa, bem perto dele, que dormitava inocentemente ,  naquelas  condições de "hospedagem" naturalista.
Ahhh...imaginem , se ele se deitaria para dormir(?) , lá na floresta tropical da serra do mar, sem ter sua Rossi calibre 28, armada com um cartucho de chumbo grosso da marca CBC ( Companhia Brasileira de Cartuchos ) , agarradinha às suas mãos!
Seguro morreu de velho, "véio" ! ah ah ah
Tadinha da onça gulosa e esfomeada, levou o maior susto com o estrondo do disparo e tratou de "vazar" dali, e bem rapidinho! 
Voltando ao tema, então, olhou para a Kombi verde pronta prá partir e sorriu  para
" su querido viejo "...pensando assim, todo cheio de sí:
"Mi papá no lo sabe,  quanto lo soy Macho!"  ah ah ah
Putz, gente, 20 dias depois ,  deu graças aos Céus,  ao chegar ao seu Lar....VIVO!
Apesar de todo soro antiofídico, que levou...por precaução!
A saga inteira da  sua  primeira  caçada de perdizes, no Grande Chaco Paraguaio/Boliviano...fica pro próximo capítulo...vale a pena lerem os detalhes e rirem a valer, é claro!
-Mas,...caracas gente, nas partes mais altas do terreno e perto de pedras......cascavéis com mais de cinco guizos!
E nos banhados do El  Grande Chaco?
Urutús Cruzeiro , pretonas e mais grossas que um braço de homem...forte!
Sua cadelinha, a Princesa, misturinha de Pointer com guapeca de rua,, tadinha dela, não saia de baixo das suas pernas, nas  " Grandes Jornadas de Caça às Perdizes pelos  Campos e Banhados  do,  El Grande Chaco".
E, apesar da espetacular espingarda espanhola que ganhou do seu pai, digo, de Dom Emilio El Matador!
Uma obra de arte, calibre 16 , mocha, com cano direito cilíndrico e o esquerdo "meio Shock" quer dizer, estrangulado do início do cano onde se alojam os cartuchos, ao seu final, que afunila, concentrando o diâmetro dos chumbos espalhados disparados em direção ao alvo!
Nem a munição, os trezentos cartuchos Remington que comprou ao atravessarem a fronteira para o Paraguai, o tranquilizava entre tantas cobras,  . . .nem sua Princesa!
Até ousou falar isso pro seu pai..."El  Grande  Dom Emílio...el Matador".
-Porra, Dom Emílio, esse lugar que nos trouxe ( falou por todos outros companheiros de caçada ), . . .tem mais cobras que perdizes!!!
O "velho", sorriu prá todos eles dócilmente ,  e apontou pro galho mais baixo da figueira ao lado do córrego de águas límpidas, onde acamparam!
-Estão vendo aquelas trinta perdizes gordas, que abati, só no dia de hoje ?
Imaginem se ele, e seus companheiros de caçada , não haviam visto as trinta perdizes, penduradas no galho!
Mas ,  havíam  visto também, penduradas no mesmo galho , junto à elas, aquelas três Cascavéis e duas Urutús Cruzeiro, bem mortinhas e penduradas do ladinho das gordas perdizes.
-É assim que funciona uma caçada de perdizes...rapazes! Dom Emílio el Matador lhes falou, sorrindo maroto e atiçando as chamas do brazeiro , onde assava  o veado campeiro que  havia abatido no campo, e que serviria de  "ceia",  enfiado num galho fino de árvore,  apoiado em duas forquilhas de outros galhos mais grossos enterrados , e,  a caça, assando , exalando aquele aroma maluco, pros seus  companheiros de jornada, "meia patacas",   salivarem ...mortos de  fome!
Duca, e  os outros três amigos de caçada do " velho" , só queríam  mesmo é saberem de voltarem  prá fronteira Paraguai/Brasil até a  cidadezinha chamada de Puerto Presidente Stroessner ( na época ) , comprarem perfumes franceses, tipo Chanel ,  brinquedos e  outras coisinhas , regalos, prás suas esposas e filhos, e claro dúzias de litros da mais famosa cachaça paraguaya, a Aristocrata.
E depois, voltarem,  prás suas seguras lanchonetes comerem  pizzas, coxinhas e quibes, na segurança das calçadas da rua XV  de Curitiba, sem cobras mal intencionadas  por perto deles!
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Bem, gente,  cobras à parte, a aventura total, será postada no meu Blog, abaixo indicado:
Luís Fernando Ottmann